Dia Internacional da Democracia destaca o papel das crianças e jovens na salvaguarda dos processos democráticos diante das ameaças online

O Dia Internacional da Democracia foi celebrado em todo o mundo nesta sexta-feira (15) com o tema “Capacitando a Próxima Geração”. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o foco deste ano está no papel das crianças e dos jovens na salvaguarda da democracia, diante das ameaças da desinformação e do ódio disseminados online.

A confiança dos jovens nos processos democráticos tem sido colocada em xeque. De acordo com uma pesquisa global realizada pela Open Society Foundations, o apoio à democracia é amplo, com 86% das pessoas preferindo viver em um Estado democrático. No entanto, esse percentual cai para 57% entre os jovens de 18 a 35 anos. Além disso, 42% dos jovens acreditam que um regime militar pode ser uma forma correta de governo e 35% veem positivamente um líder forte que não se preocupa com eleições.

Esses dados são preocupantes e alarmantes, de acordo com Mark Malloch-Brown, presidente da Open Society Foundations. A cada nova geração, a fé na democracia diminui e surgem mais dúvidas sobre sua capacidade de trazer melhorias concretas para a vida das pessoas.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, destaca que estamos vivendo um momento de tensão e turbulência, com os espaços cívicos se fechando e a desinformação envenenando o discurso público. Organizações especializadas também reforçam essa preocupação.

O relatório anual do Instituto V-Dem revela que, pela primeira vez em 20 anos, há mais ditaduras do que democracias plenas. No final de 2022, havia 42 países se autocratizando em comparação com 33 em 2021. Além disso, quase 72% da população mundial vive em autocracias. A Freedom House também indica que a liberdade global retrocedeu pelo 17º ano consecutivo em 2022.

Em meio a esse cenário, há uma percepção equivocada de que crianças e jovens nascidos no meio digital não precisam desenvolver habilidades para identificar informações falsas na internet. No entanto, pesquisas recentes mostram que os mais jovens têm menos capacidade de identificar fake news do que os mais velhos.

É fundamental investir na educação das crianças e dos jovens, conforme recomenda a ONU. Eles devem ser capacitados para exercer a cidadania, dialogar com pessoas de diferentes pontos de vista, respeitar os direitos humanos e as liberdades civis, valorizar a diversidade e promover a tolerância. Só assim poderemos fortalecer os processos democráticos em todo o planeta.

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