Os problemas causados pelas chuvas também impactaram o aeroporto internacional de Porto Alegre, que enfrenta atrasos e cancelamentos desde segunda-feira. Nesta terça-feira, foram oito voos cancelados, causando filas e espera para os passageiros.
Segundo informações do Climatempo, a previsão para o Rio Grande do Sul é de dia nublado com chuva forte, que deve diminuir de intensidade durante a noite.
Para lidar com a situação, o governo gaúcho estima um total de 340 mil pessoas afetadas pelos temporais e mobilizou uma força-tarefa de aproximadamente 900 servidores para auxiliar nas buscas, resgates, identificação de corpos e reparos na infraestrutura.
Os corpos das vítimas estão sendo reconhecidos pelo Instituto Geral de Perícias em Porto Alegre e em cidades do interior. No entanto, a liberação para os velórios depende da normalização mínima nas cidades afetadas, que chegaram a ter mais de 80% de sua área urbana submersa.
No que diz respeito às ações de apoio, o governo federal anunciou o repasse de R$ 800 por cada desabrigado via prefeituras, além do envio de 20 mil cestas básicas. O estado de calamidade pública também foi reconhecido, o que simplifica os processos de compras e contratações e acelera a resposta à destruição. Os prejuízos causados pelas chuvas chegam a R$ 1,3 bilhão.
Em reunião com prefeitos das cidades afetadas, o governador Eduardo Leite (PSDB) anunciou a liberação de R$ 1 bilhão em financiamento por meio do banco estatal Banrisul. Desse total, cerca de R$ 300 milhões serão destinados ao setor agrícola, um dos mais prejudicados pelas enchentes. Outros R$ 500 milhões serão destinados a empréstimos para prefeituras e R$ 100 milhões serão voltados para o financiamento imobiliário.
Além disso, o plano de reconstrução do Vale do Taquari poderá resultar em mudanças significativas no mapa dos municípios afetados pelas chuvas. Com base no censo de residências destruídas, o governo gaúcho promete liberar recursos para a reconstrução, mas não necessariamente na mesma localidade. O objetivo é prevenir novas tragédias, modificando o Plano Diretor dessas cidades nos próximos meses.
Cidades como Roca Sales e Muçum, que foram praticamente devastadas pela enxurrada até mesmo em suas áreas centrais, poderão ter uma nova geografia ao final da reconstrução.