Chuvas no Rio Grande do Sul deixam 47 mortos, mais de 900 feridos e mais de 25 mil desabrigados

No Rio Grande do Sul, o número de mortes causadas pelas chuvas que atingiram o estado na última semana subiu para 47, de acordo com o boletim atualizado da Defesa Civil. A nova morte foi confirmada no município de Colinas. Além das vidas perdidas, a tragédia deixou 925 pessoas feridas e 25.311 desabrigadas. Ao todo, 97 cidades foram afetadas de alguma maneira.

Os problemas causados pelas chuvas também impactaram o aeroporto internacional de Porto Alegre, que enfrenta atrasos e cancelamentos desde segunda-feira. Nesta terça-feira, foram oito voos cancelados, causando filas e espera para os passageiros.

Segundo informações do Climatempo, a previsão para o Rio Grande do Sul é de dia nublado com chuva forte, que deve diminuir de intensidade durante a noite.

Para lidar com a situação, o governo gaúcho estima um total de 340 mil pessoas afetadas pelos temporais e mobilizou uma força-tarefa de aproximadamente 900 servidores para auxiliar nas buscas, resgates, identificação de corpos e reparos na infraestrutura.

Os corpos das vítimas estão sendo reconhecidos pelo Instituto Geral de Perícias em Porto Alegre e em cidades do interior. No entanto, a liberação para os velórios depende da normalização mínima nas cidades afetadas, que chegaram a ter mais de 80% de sua área urbana submersa.

No que diz respeito às ações de apoio, o governo federal anunciou o repasse de R$ 800 por cada desabrigado via prefeituras, além do envio de 20 mil cestas básicas. O estado de calamidade pública também foi reconhecido, o que simplifica os processos de compras e contratações e acelera a resposta à destruição. Os prejuízos causados pelas chuvas chegam a R$ 1,3 bilhão.

Em reunião com prefeitos das cidades afetadas, o governador Eduardo Leite (PSDB) anunciou a liberação de R$ 1 bilhão em financiamento por meio do banco estatal Banrisul. Desse total, cerca de R$ 300 milhões serão destinados ao setor agrícola, um dos mais prejudicados pelas enchentes. Outros R$ 500 milhões serão destinados a empréstimos para prefeituras e R$ 100 milhões serão voltados para o financiamento imobiliário.

Além disso, o plano de reconstrução do Vale do Taquari poderá resultar em mudanças significativas no mapa dos municípios afetados pelas chuvas. Com base no censo de residências destruídas, o governo gaúcho promete liberar recursos para a reconstrução, mas não necessariamente na mesma localidade. O objetivo é prevenir novas tragédias, modificando o Plano Diretor dessas cidades nos próximos meses.

Cidades como Roca Sales e Muçum, que foram praticamente devastadas pela enxurrada até mesmo em suas áreas centrais, poderão ter uma nova geografia ao final da reconstrução.

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