Assim como no Brasil, as favelas argentinas enfrentam desafios relacionados à falta de serviços básicos e à predominância de mulheres como chefes de família. No entanto, existem algumas diferenças importantes entre as comunidades das duas nações. Enquanto as favelas brasileiras muitas vezes são controladas pelo tráfico de drogas e têm uma história de várias gerações de famílias que vivem nelas, as áreas argentinas são de menor porte e têm uma maior presença de migrantes.
Além disso, o poder de compra também difere entre os dois países. Na Argentina, a inflação tem levado os preços a aumentarem drasticamente, o que torna a alimentação e o aluguel especialmente caros. As crises econômicas e a pandemia agravaram ainda mais a situação, levando a um aumento na taxa de pobreza, que passou de 26% em 2012 para 43% em 2022, de acordo com a Universidade Católica.
Diante desse contexto, empreendedores sociais brasileiros têm levado iniciativas de fomento social para a Argentina. Empresas e instituições têm investido em treinamentos de gestão de pequenos negócios e financiado projetos para combater a desigualdade e promover a inclusão social nas comunidades carentes.
No entanto, apesar dessas iniciativas, os desafios persistem. A desigualdade social na Argentina continua a crescer, e o acesso a serviços básicos ainda é limitado em muitas regiões. A situação é especialmente complicada na periferia das grandes cidades, onde a falta de infraestrutura e oportunidades de emprego contribuem para a vulnerabilidade social.
Diante desse cenário, é necessário adotar uma abordagem estrutural para lidar com a vulnerabilidade social nessas comunidades. Os governos e as grandes cidades latino-americanas terão que enfrentar o desafio de como lidar com um futuro em que podem existir mais favelas do que cidades. A busca por soluções efetivas e inclusivas é fundamental para mitigar os efeitos da pobreza e promover uma sociedade mais equitativa e justa.